As pessoas que se exercitam principalmente nos finais de semana podem colher grandes benefícios para a sua saúde, tanto quanto as pessoas que fazem atividades físicas mais regularmente, afirmam pesquisadores.
Atualmente, os especialistas recomendam 150 minutos de atividade física moderada por semana, ou 75 minutos de exercícios intensos.
Mas não há consenso sobre a frequência com que uma pessoa precisa se exercitar, e se as atividades devem ser feitas diariamente ou se podem ser condensadas em poucos dias.
Os resultados, publicados na revista médica Journal of the American Medical Association (JAMA) Internal Medicine, mostraram que as pessoas que concentram todo o seu exercício físico em um ou dois dias da semana – muitas vezes chamadas de “guerreiros de fim de semana” – parecem reduzir seus riscos de morrer tanto quanto as pessoas que se exercitam três ou mais vezes por semana.
O estudo se baseou nas respostas de cerca de 64.000 pessoas, e as agrupou em quatro categorias: sedentário, insuficientemente ativo, guerreiro de fim de semana e regularmente ativo.
Os três grupos de pessoas que faziam exercícios conseguiram melhores resultados do que as pessoas que eram sedentárias.
Ao comparar os guerreiros de fim de semana com os adultos sedentários, os pesquisadores descobriram que aqueles que se exercitavam apenas um ou dois dias por semana tinham um risco 30% menor de morrer por doenças.
O risco de morte por doença cardiovascular foi 40% mais baixo para guerreiros de fim de semana do que para adultos sedentários, e o risco de morte por câncer foi 18% menor.
Efeitos similares foram observados entre pessoas insuficientemente ativas que faziam menos exercícios do que o recomendado e pessoas regularmente ativas que se exercitavam três ou mais dias por semana.
Em comparação com os participantes sedentários, o risco de morrer de qualquer causa entre os participantes insuficientemente ativos foi 31% menor, e 35% menor nos participantes regularmente ativos.
Os riscos de morrer de doença cardíaca ou de câncer entre os que se exercitavam insuficientemente e os que se exercitavam regularmente também foram bastante semelhantes – com poucos pontos percentuais de diferença – ao risco reduzido dos guerreiros de fim de semana.
“É uma notícia muito animadora que ser fisicamente ativo apenas uma ou duas vezes por semana está associado a um menor risco de morte, mesmo entre as pessoas que fazem alguma atividade mas não atingem os níveis de exercício recomendados”, disse o autor sênior Emmanuel Stamatakis, professor na Universidade de Sydney.
“No entanto, para obter benefícios de saúde ótimos com a atividade física é sempre aconselhável cumprir e exceder as recomendações”, acrescenta.
O estudo não demonstrou uma relação de causa e efeito, porque se baseou em pessoas que preencheram pesquisas de saúde na Grã-Bretanha, e confiou na intensidade e duração auto-relatadas dos exercícios.
Os pesquisadores também advertiram que, uma vez que 90% dos entrevistados eram da raça branca, os benefícios dos exercícios de fim de semana podem não ser generalizáveis para toda a população.
O estudo revelou que estes guerreiros de fim de semana tendiam a ser homens que praticavam em média 300 minutos de exercícios por semana, em um ou dois dias.
Os tipos de exercício que eles faziam incluíam jardinagem, caminhadas, ciclismo, corrida e esportes organizados.
A maioria dos entrevistados eram sedentários – quase 63%. Outros 22% eram insuficientemente ativos. Apenas 3,7% eram guerreiros de fim de semana, e 11% praticavam exercícios regularmente.
Eles tinham 40 anos ou mais, e foram acompanhados por uma média de nove anos.
Apesar das limitações do estudo, os autores descreveram suas descobertas como “estatisticamente poderosas”, e disseram que estas respaldaram pesquisas anteriores da Universidade de Harvard que acompanharam 580 pessoas e encontraram um menor risco de morte entre guerreiros de fim de semana em comparação com homens sedentários.
Especialistas dizem que o exercício físico melhora a saúde, ao reduzir o colesterol, controlar o ganho de peso, melhorar o sono e reduzir o risco de doenças cardíacas, câncer e diabetes.
Fonte: Revista Exame
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